quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Humor e Meio Ambiente na Semana Verde do Jardim Botânico Chico Mendes

Quando fui convidado para expor desenhos de humor no Jardim Botânico Municipal Chico Mendes, em Santos (SP), na Semana Verde, selecionei os trabalhos produzidos por mim ao longo dos últimos oito anos, todos relacionados aos problemas do planeta. Esses desenhos integraram mostras e temas dos Salões de Humor Gráfico, realizados nos cinco continentes, com a temática ambiental.
Selecionados os cartuns, doze ao todo, convidei o professor, jornalista e historiador Marcus Vinícius Batista para escrever os textos relacionados ao tema da mostra, mas sem nenhuma pretensão de explicar os desenhos. A intenção foi aproveitar o seu conhecimento para tratar de conteúdos e questões como o Tratado de Kyoto, o desmatamento da Amazônia, a qualidade da água...
Os cartuns e os textos foram reproduzidos e ampliados com o apoio cultural da Universidade Santa Cecília. Assim, com o encontro das linguagens pictórica e textual, levamos o debate para a comunidade que desfruta da beleza e da importância do Jardim Botânico Chico Mendes, um dos pulmões da cidade de Santos.
A exposição foi inaugurada em 14 de julho e encerrada no dia 26. Entre as datas, no dia 18, realizei ali um workshop, para estimular e levar aos alunos do Ensino Básico e Fundamental a visão do trabalho de campo. Desenhamos com a liberdade de reproduzir artisticamente a beleza e a importância do meio ambiente no qual vivemos todos nós, seres maravilhosamente humanos.

Galeria do Jardim Botânico Municipal Chico Mendes/Santos (SP)

O jornalista e historiador Marcus Vinícius Batista e DaCosta: exposição no Chico Mendes debate o meio ambiente

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O desenho de humor

O desenho de humor é contundente ao expor a alma e as ações humanas. É por meio do traço de um cartunista que podemos observar e reagir — com um riso contido, com uma reflexão apurada — diante dos obstáculos e mazelas do mundo. Nesta exposição, desenhos que retratam a indignação de um artista frente aos problemas do meio ambiente. Logo abaixo, textos para contrapor e — ao mesmo tempo — complementar o humor que denuncia, que provoca.
O ouro do século XXI mudará de cor. A fonte de riqueza será transparente, não terá cheiro e, provavelmente, gosto se for bem tratada. A água deverá se tornar, para muitos cientistas, a moeda de troca do planeta. O ser humano utiliza hoje 60% dos recursos hídricos do globo e já esgotou metade do potencial pesqueiro. Um exemplo: para armazenagem de um litro de água mineral, outros 40 litros são gastos na produção da garrafa de plástico.
Os problemas ambientais podem gerar perda de até 7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2050. Nos países pobres, pode alcançar metade de toda a riqueza produzida. Conseqüências diretas para o cotidiano: falta de matéria-prima para a produção de alimentos, remédios, materiais de construção, além da redução de estoques pesqueiros. Apenas 13 países, incluindo o Brasil, já utilizam 75% da capacidade biológica do planeta.
Enquanto a Amazônia vai para vitrine no debate sobre preservação ambiental, o cerrado brasileiro ocupa o papel de primo pobre. O cerrado contribui com a vazão de águas amazônicas e também é vítima de queimadas e desmatamentos. A perda de vegetação é da ordem de 1% ao ano. Cerca de 800 mil quilômetros quadrados de cerrado desapareceram. Um documento do governo alemão estima que 11% dos ecossistemas vão sumir por causa das mudanças do clima, agropecuária e obras até a metade deste século.
A validade do Protocolo de Kyoto, que regula a emissão de poluentes no planeta, termina em 2012. Até agora, os países desenvolvidos e emergentes não chegaram a um acordo para assinar a Convenção do Clima. Este documento substituirá o Protocolo, que não foi cumprido na íntegra pelos países industrializados. Para o Brasil, a meta seria reduzir o índice de desmatamentos e queimadas, maior causa das emissões de poluentes na atmosfera.